Jean Coucteau, escritor e dramaturgo francês e grande amigo de Dior declarou certa vez: “O nome Dior é sinônimo de perfeição e uma combinção das palavras ‘Dieu’ (Deus) e ‘Or’ (ouro)”.
Christian Dior nasceu em 1905 na Normandia, Norte da França. Filho de uma família rica, o grande admirador das artes se transformou em marchand e em 1928 abriu uma galeria de arte onde exibia obras de grandes artistas como Picasso, Salvador Dalí, entre outros.
Em 1929 com a crise da bolsa de Nova York, seu pai perdeu tudo o que possuía e Christian foi obrigado a fechar a galeria. Depois de estudar design de moda no final da década de 1930, começou a mostrar os seus desenhos para grandes costureiros em Paris o que lhe rendeu um contrato com Lucien Lelong, estilista muito famoso da época. Em 1946, ele deixou o ateliê para fundar sua própria maison.
Um ano depois, nos preparativos do desfile da sua primeira coleção, Christian Dior estava também para lançar seu primeiro perfume, sem nome ainda. No último ensaio, com todas as modelos, a musa de Dior Mitzah Bricard estava descendo as escadas da Maison, na Avenue Montaigne, e a irmã de Dior, Catherine, que estava presente, disse ao vê-la: “Aí vem Miss Dior!”. Que nome perfeito, pensou Christian Dior, para ser o nome do seu perfume, Miss Dior.
No dia do desfile Dior apresentou um novo conceito que ficou conhecido como New Look; os ombros arredondados, cintura fina com forma corolla e saia ampla com muitas camadas de tecido. O ponto alto deste look era o comprimento da saia; que deveria ser calculado do joelho até o chão em exatos 20 centímetros. Com o término da 2ª guerra mundial, período que trouxe uma vida sem muitos recursos, Dior queria justamente mostrar o retorno da elegância e da feminilidade. Naquele desfile histórico a fragrância Miss Dior perfumava todos os ambientes da Maison, todos os convidados e jornalistas se perguntavam que fragrância maravilhosa era aquela, e a partir daquele desfile o perfume tornou-se imediatamente associado com a alta costura parisiense.
Miss Dior chegou às perfumarias no dia 1º de Dezembro, alguns meses após o desfile.
O primeiro frasco de Miss Dior foi concebido para espelhar a silhueta que Christian Dior tinha mostrado no desfile, criação de Baccarat tinha o formato de uma ânfora: feminina, curvilínea, atemporal e que fazia lembrar uma flor expressando a beleza clássica e juventude, um frasco magnífico para guardar o precioso perfume.
Em 1949, três novos frascos foram criados por Baccarat, cada um nas cores: azul, branco e vermelho, como uma homenagem às mulheres francesas. “Eu criei um perfume para envolver todas as mulheres numa feminilidade gloriosa, como se todos os meus vestidos simbolizassem estes frascos”, declarou.
Em 1949 foi o lançamento de Diorama, depois em 1953 Eau Fraiche.
Em 1956 foi lançado o maravilhoso e luminoso Dioríssimo, que era a fragrância predileta de Dior, pois a sua principal nota, o Lírio do Vale, também era a sua flor predileta. Ele desejava algo que remetesse ao jardim de sua casa, lugar tão especial para ele, e o grande perfumista
Edmond Roudnitska soube interpretar este desejo. Para Dior este era o perfume do seu espírito, a expressão perfumada da sua alma. Para o lançamento, o frasco de Dioríssimo foi criado por Baccarat em edição limitada na forma de um vaso e tendo como tampa um bouquet estilizado de flores em bronze banhada a ouro, a embalagem forrada em cetim rosa simbolizava o verdadeiro luxo da perfumaria francesa.
Em 1957, Christian Dior faleceu, vítima de um ataque cardíaco. Em seu funeral a urna estava coberta com guirlandas de lírios do vale que se prolongavam até o chão, a flor que tanto amava o acompanhou na eternidade. Dior alcançou fama internacional no curto espaço de uma década, sendo aclamado por muitos como “o mestre”.
Em 1966, a Maison Dior lançou sua primeira fragrância masculina, Eau Sauvage, em 1972 Diorella e em 1976 Dior-Dior, todas criações de Edmond Roudnitska. Depois foi a vez de Jules em 1979, e outras tantas que fazem parte do portfolio da marca.