História da Marca Givenchy

O estilista Hubert James Marcel Taffin de Givenchy, nasceu no dia 20 de fevereiro de 1927 na pequena cidade francesa de Beauvais. Filho do marquês Lucien Taffin de Givenchy e de Béatrice de Givenchy, seu avô dirigia uma oficina de tapetes na cidade. Muito cedo ele já demonstrava seu interesse pela moda. Aos dez anos, quando foi visitar uma exposição de figurinos dos mais famosos estilistas franceses, ele se identificou imediatamente com o universo luxuoso da alta-costura, contrariando o sonho de seus pais, que queriam vê-lo ser um proeminente advogado. Não houve tempo para cursar direito. Aos 17 anos ingressou na Escola de Belas Artes de Paris e trabalhou como assistente com grandes nomes da moda como Jacques Fath, Robert Piguet, Lucien Lelong, Pierre Balmain e, mais tarde, em 1949, foi braço direito de Elsa Schiaparelli. Esse contato direto com grandes mestres propiciou toda a experiência necessária para que ele pensasse em abrir seu próprio negócio.

Foi então que o estilista, no dia 2 de fevereiro de 1952, aos 24 anos de idade, inaugurou sua própria Maison, localizada no número 8 da Rue Alfred de Vigny, na Monceau Plain, a oeste de Paris. E o reconhecimento foi quase imediato, fazendo soprar um vento de renovação, adaptado às novas exigências das mulheres elegantes, após anos de um monopólio quase absoluto de Christian Dior e seu New Look. Muitas das criações de Givenchy eram feitas com tecido de camisaria. Em sua primeira coleção apresentou a blusa Bettina, uma homenagem à modelo Bettina Graziani, nome da sua principal diva e também relações públicas da marca alguns anos mais tarde, e que foi uma de suas criações de maior sucesso. A blusa tinha a gola larga e aberta, e mangas que terminavam em babados de bordado inglês. Com este sucesso, a fama de Givenchy se consolidou. Também fez muito sucesso com a criação de peças independentes e coordenáveis - pois, até então, blusas e saias (ou calças) só podiam ser usadas como um conjunto - e com as suas famosas blusas de tecidos de camisas. No ano seguinte abriu sofisticadas lojas em cidades como Buenos Aires, Roma e Zurique. Suas criações eram luxuosas e cheias de estilo, com nítida influência do estilista Cristóbal Balenciaga, e Givenchy jamais negou que o trabalho do mestre espanhol o inspirava. Balenciaga e Givenchy se conheceram em 1953 e foram amigos até a morte do estilista espanhol, em 1972.

Foi também em 1953 que Hubert de Givenchy conheceu a sua verdadeira musa inspiradora, a atriz Audrey Hepburn, e passou a criar modelos para seus filmes, como Sabrina (1954) e Cinderela em Paris (1957). O filme Sabrina ganhou o Oscar de melhor figurino, assinado por Edith Head - a designer mais requisitada de Hollywood na época -, a qual não deu o devido crédito a Givenchy pelo famoso vestido de baile, usado por Audrey Hepburn no filme. Em resposta, a atriz exigiu que, em seus próximos filmes todo seu guarda-roupa fosse feito pelo estilista francês. Mas a imagem mais inesquecível da atriz americana é a do filme Bonequinha de Luxo (1961), de Blake Edwards, com um vestido preto longo, piteira e colar de pérolas. “As roupas dele são as únicas nas quais me sinto eu própria. É muito mais que um estilista, é um criador de personalidade”, costumava dizer a atriz. E ele respondia “Com o tamanho que ela tinha, qualquer coisa lhe caia bem”. Além de Audrey Hepburn, ele vestiu outras personalidades poderosas como Dolores Guinness, Greta Garbo, Elizabeth Taylor, Marlene Dietrich, Jane Fonda, Jacqueline Kennedy, Grace Kelly e a duquesa de Windsor, representantes também de inquestionável elegância e glamour.

Durante os anos de 1950, ele criou vários modelos de vestidos “chemisier”, na forma de saco, largos na parte superior e afunilando-se em direção à bainha. Ainda em 1953 um vestido de Givenchy foi parar na capa da influente revista Elle. Givenchy foi o primeiro estilista de alta-costura a apresentar uma coleção de prêt-à-porter feminina, intitulada “Givenchy Université”, em 1954, uma verdadeira democratização da roupa de alta qualidade. Em 1956, mais uma vez quebrou as regras e se tornou o primeiro estilista a apresentar as suas coleções simultaneamente a clientes e à imprensa. Em 1957, lançou o seu primeiro perfume feminino, chamado L’Interdit, em homenagem a atriz Audrey Hepburn, que emprestou seu rosto para a campanha publicitária do produto. Nos anos seguintes o estilista apresentou grandes novidades, como por exemplo, em 1959 ao lançar Monsieur Givenchy, seu primeiro perfume masculino; em 1961 com a mudança de sua Maison para a pomposa Avenida George V; e, em 1969, ao ingressar para o universo da moda masculina com o lançamento da linha “Gentleman Givenchy”. Nos anos seguintes a grife iniciou uma enorme diversificação de produto com o lançamento de uma coleção de óculos, tecidos para móveis, toalhas de mesa, gravatas, sapatos e até joias. Givenchy marcou a década de 1980 com a utilização de tecidos com estampas inspiradas em artistas como Miró, Matisse e Bérard.

Apesar do sucesso e do glamour da marca, a Maison se encontrava com sérios problemas financeiros, o que culminou com sua venda, em 1988, para a também francesa Louis Vuitton. O estilista francês se despediu das passarelas no dia 11 de julho de 1995 com um desfile para poucos, sob os aplausos de toda sua equipe e dos mais importantes estilistas do mundo sentados na primeira fileira. Foram convidados apenas amigos pessoais, estilistas e principais clientes. A aposentadoria de Monsieur Hubert abriu caminho para uma total reformulação da GIVENCHY como grife, com a contratação de John Galliano, depois Alexander McQueen e, por último, Julien MacDonald - três jovens, britânicos, teatrais e nada convencionais. Galliano teve uma passagem rápida em 1996 e pouco depois foi para a Christian Dior, cedendo espaço para o então recém-descoberto talento de McQueen, eleito na mesma época o melhor estilista do ano pelo Conselho Britânico de Moda, tornando-se o “queridinho” da mídia especializada. Em março de 2001, MacDonald fez sua elogiada estreia, com uma coleção que fundiu harmoniosamente a jovialidade e a extravagância de seus dois predecessores com a feminilidade e a sofisticação de Hubert de Givenchy.

Finalmente, em 2005, foi anunciada a chegada do italiano Riccardo Tisci à GIVENCHY, com a esperança de manter viva a tradição, o requinte e principalmente o prestígio de uma das maiores grifes da alta-costura. Porque como dizia o próprio Givenchy, “Sucesso não é prestígio. O sucesso é passageiro, o prestígio é outro assunto. Ele persiste depois da gente. É preciso trabalhar para não ter trabalhado em vão”. Em março de 2008 a marca inaugurou sua nova loja-conceito na Faubourg Saint-Honoré, ou seja, na rua mais chique de Paris, apresentando o novo espírito da marca que equilibrava espaço e privacidade. Na época, os especialistas acreditavam que a nova loja poderia render aproximadamente €6 milhões durante o primeiro ano. Tudo em um momento que a GIVENCHY estava comemorando o retorno à lucratividade e o aumento das vendas. Em 2010, a GIVENCHY estarreceu milhões de pessoas e quebrou paradigmas ao lançar uma célebre campanha estrelada por Lea T (filha do ex-jogador brasileiro Toninho Cerezo), a primeira modelo transexual que irrompeu no mundo da moda.

Em 2017 a GIVENCHY anunciou como diretora-artística a bela britânica Clare Waight Keller, cujo sucesso na sofisticada Chloé foi marcado por sua capacidade de entregar roupas desejáveis e sapatos e bolsas memoráveis. A designer foi a primeira mulher a assumir a direção criativa da GIVENCHY e trouxe enorme exposição mundial para a marca ao assinar o vestido de Meghan Markle no casamento real com o príncipe Harry, que aconteceu no dia 19 de maio de 2018. Além disso, os vestidos das damas de honra também foram criados por Keller e o sapato da noiva foi baseado em um modelo da GIVENCHY. Nos últimos anos atrizes como Cate Blanchett, Rooney Mara, Julia Roberts, Jessica Chastain e Amanda Seyfried se tornaram clientes do círculo íntimo de relação com a marca francesa, assim como a artista Marina Abramovic, a supermodelo Gisele Bündchen e a ex-editora-chefe da Vogue, Carine Roitfeld.

Linha do tempo 

1970 

Lançamento do perfume feminino GIVENCHY III

1975 

Lançamento do perfume masculino GIVENCHY GENTLEMAN

1980 

Lançamento do perfume feminino L’EAU de GIVENCHY

1984 

Lançamento do perfume feminino YASATIS, tendo como garota-propaganda a modelo Carla Bruni, que chegou a ser a primeira-dama francesa. 

1986 

 Lançamento do perfume masculino XERYUS

1990 

Inauguração da primeira boutique masculina da grife em Paris. 

1991 

Lançamento do famoso perfume feminino AMARIGE, um dos ícones da marca francesa. 

1996 

Lançamento do perfume feminino ORGANZA

1998 

Lançamento do perfume masculino GIVENCHY POUR HOMME

2003 

Lançamento do perfume VERY IRRÉSISTIBLE GIVENCHY, tendo em sua campanha o rosto da atriz Liv Taylor. A versão masculina do perfume seria lançada dois anos depois.

2005 

Lançamento do perfume feminino MY GIVENCHY

2006 

Lançamento do perfume feminino ANGE ou DÉMON, personificado pela bela Marie Steiss, filha do ex-primeiro ministro francês Dominique de Villepin. 

Lançamento do perfume feminino ABSOLUTELY GIVENCHY

2008 

Lançamento do perfume masculino NEO, uma releitura do PI, lançado há mais de 10 anos. A embalagem futurista foi criada pelo designer Serge Mansur, que se inspirou na forma de uma pirâmide – o frasco não é exatamente triangular – e sim um quadrado com um corte no meio com um metal prateado nas bordas. O líquido da fragrância tem um tom azul acinzentado e é leve e fresco, além de fixar muito bem na pele. 

Lançamento do perfume masculino PLAY

2010 

Lançamento do perfume feminino EauDemoiselle, uma nova fragrância dedicada às jovens mulheres, que procuram um perfume sensual e com personalidade. 

2011 

 Lançamento do perfume feminino DAHLIA NOIR, que se tornou um enorme sucesso. 

2013 

Lançamento do perfume masculino GIVENCHY GENTLEMAN ONLY. Para a nova fragrância, a marca propôs um perfume amadeirado mais moderno. 

2014 

Lançamento do perfume feminino DAHLIA DIVIN. Os cuidados podem ser vistos em todas as etapas, desde a concepção da fórmula assinada pelo renomado perfumista François Demachy, e na qual se destacam acentos florais amadeirados, até a escolha da atriz e cantora americana Alicia Keys, que emprestou sua beleza para a campanha de lançamento.